Por Marcelo Valadares, G1
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 22% da população (45 milhões) têm algum tipo de deficiência. Izabel Maior, especialista em medicina física e reabilitação e ex-secretária nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, explica que as deficiência são classificadas como leve, moderada ou severa e que os riscos e os cuidados variam de acordo com o grau de dependência.
“Pessoas com deficiência mais severas, que dependem de outro para a sobrevivência, têm mais risco de contaminação. Não é só a pessoa com deficiência que tem que receber os cuidados, como lavar as mãos, o cuidador também tem que praticar estas ações”, explicou.
A médica destaca que, no Brasil, as cuidadoras em sua maioria são mães e irmãs das pessoas com deficiência. “Essas pessoas têm que lembrar que elas podem ser acometidos pela virose, por isso, é importante ter outra pessoa para assumir esse cuidado. Caso o cuidado seja familiar é importante haver um treinamento para que outra pessoa possa assumir”.
Ela afirma que mais de 60% das pessoas com deficiência estão acima dos 50 anos, se encaixando também, nesse grupo de risco. Segundo Maior, as políticas públicas devem ser mais eficientes, pois cerca de 70% das pessoas com algum tipo de deficiência estão em uma situação social de pobreza, com poucas condições de se manterem.
Maior alerta ainda que um dos pontos mais complicados para as pessoas com deficiência é a comunicação que vem sendo feita, muitas delas, excluído essa população.
Izabel Maior, alerta que muitas das deficiências no Brasil são causadas por alguma outra comorbidade, como a diabetes ou a hipertensão, que só por este fato já coloca essas pessoas em um grupo de riscos. Mas além destes fatores, as pessoas com deficiência enfrentam outras dificuldades.
Izabel Maior afirma que no início da pandemia, maior parte das informações eram passadas de maneira visual, seja por cartaz, seja por vídeos. Segundo a médica é muito importante os materiais de informações sejam diversos, para atender a diferentes públicos.
Segundo ela, considerar as diversas deficiências é também uma forma de controlar a transmissão do vírus. “As pessoas cegas, precisam de materiais com audiodescrição ou em braile; pessoas surdas, de materiais visuais, e pessoas com de deficiência intelectual, que não sabem expressar diretamente o que estão sentindo, precisam de uma comunicação cuidadosa e com uma linguagem simples”.
Alguns cuidados recomendados pela médica: